Durante muito tempo, eu tive certeza de que não sentia ciúmes. Sempre defendi a liberdade nos vínculos — aquela liberdade madura, que ama sem prender, que deseja o bem do outro mesmo que não seja ao meu lado. Lembro de uma senhora muito sábia que me disse: “O amor verdadeiro não é ciumento.” E aquilo virou uma verdade interna pra mim. Quando amo alguém de verdade, amo pela existência em si, e não pela posse.
Mas, então, algo inesperado aconteceu: percebi que sentia ciúmes… dos meus clientes.
Foi desconcertante. Não era afeto, não era apego pessoal. Era outra coisa. Um incômodo estranho que surgia quando eu ficava sabendo que um cliente meu estava com o meu concorrente. Um desconforto real ao ver alguém ensinando algo parecido com o que eu criei, mas de forma superficial. No início, tentei esconder esse sentimento. Mas, com o tempo, percebi: não era sobre o outro — era sobre mim e o meu alinhamento interno.
Era um sinal. Um alerta de que existia uma incoerência entre o que eu oferecia e o que eu tolerava.
A verdade é que você só se sente traída quando, em algum nível, houve um acordo não declarado. Eu ofereço um serviço de alta entrega: personalizado, humanizado, profundo, com escuta, com alma. Meus concorrentes muitas vezes escolhem outro caminho — mais rápido, mais superficial, com desconto e escala. Tudo bem. Mas se um cliente meu escolhe ir por esse caminho, a pergunta não é “por que ele me deixou?” e sim: “Será que ele realmente era o cliente ideal pra mim?”
E se não era, por que eu permiti que ele ocupasse esse espaço?
A física quântica nos mostra que tudo vibra. E que a frequência que você emite é a frequência que você atrai. Se você tolera desvalorização, você reforça esse campo. Se você age com medo de perder, você se alinha com a escassez. Mas quando você se posiciona com clareza e confiança — comunicando seus valores com presença e consistência — você começa a atrair clientes que combinam com a sua essência.
Foi aí que caiu a ficha: ciúme de cliente não é apego — é descompasso de valor.
Porque o cliente certo não vai te trocar por desconto. O cliente certo escolhe você porque reconhece quem você é, o que você entrega, e o valor que isso tem. Quando ele te escolhe, ele não está apenas pagando — ele está se comprometendo com o mesmo nível de consciência e qualidade.
Por isso, sentir ciúmes pode ser, na verdade, um termômetro de posicionamento.
A pergunta que fica é: “Estou vendendo de acordo com o que eu realmente entrego?” Ou estou tentando agradar, baixar o preço, abrir concessões para não perder? Porque toda vez que você tenta segurar um cliente desalinhado por medo, você fecha espaço para os clientes certos chegarem.
E aqui entram as cinco potências do Método ÉROS como bússola para esse realinhamento:
• Potência física: seu corpo avisa. O aperto no estômago, a tensão nos ombros, a sensação de desgaste são sinais de que algo não está fluindo. Negócios coerentes também são corporificados.
• Potência emocional: o ciúme só surge porque há emoção reprimida ou valor não honrado. Quando você se acolhe com honestidade, percebe que o incômodo tem uma raiz: talvez você não esteja exigindo o reconhecimento que merece.
• Potência racional: a mente ajuda a reorganizar. Se você entrega o melhor, precisa deixar isso evidente em cada ponto de contato. Preço, linguagem, atendimento, estética — tudo precisa refletir o seu diferencial.
• Potência espiritual: quando você está conectado com seu propósito, entende que não é sobre “ter mais clientes”. É sobre abrir espaço para servir as pessoas certas, com integridade e verdade.
• Potência instintiva: o instinto protege seu território. Ele te lembra que você tem o direito — e o dever — de dizer: “esse cliente não é pra mim”. E que toda vez que você deixa ir quem não vibra com você, você se aproxima mais do que é seu por merecimento.
Na física quântica, chamamos isso de colapsar a realidade: quando você escolhe com clareza o que aceita ou não aceita, você reorganiza o campo ao seu redor. Você para de mendigar atenção e começa a magnetizar presença. O universo responde à sua vibração. E cliente também.
Então, não se trata de medo. Trata-se de espaço. Quando você segura um cliente desalinhado por insegurança, você está fechando a porta para aquele que vibra com você. Quando você deixa esse cliente ir com amor e consciência, você diz para o universo: “Eu confio. Eu sei o meu valor.”
E é aí que você começa a vender mais. Não por esforço, mas por coerência.