A parábola da árvore que aprendeu a receber


No alto da montanha, onde o vento sopra mais forte e o silêncio parece absoluto, havia uma árvore imponente. suas raízes sustentavam a encosta, seus galhos abrigavam pássaros e viajantes. todos a admiravam. era abrigo, direção, fortaleza.

Ela sustentava o mundo à sua volta, mas ninguém perguntava como ela estava.

Porque estavam acostumados a vê-la de pé. forte. sempre ali. E ela, por muito tempo, acreditou que era isso que esperavam dela: estar firme, mesmo quando tudo dentro dela tremia.

Vieram as chuvas. vieram os ventos. Vieram dias em que o sol queimava mais do que aquecia. E ela resistia. sempre resistia.

Até que uma noite, sem alarde, algo dentro dela cedeu. Não foi um galho quebrado. foi mais sutil. Foi a escolha silenciosa de parar de sustentar o que a exauria.

Ela se curvou. chorou em silêncio. Se permitiu não dar frutos, não oferecer sombra, não ser forte.

E naquele repouso, algo inesperado aconteceu. Pela primeira vez, ela se sentiu melhor por se libertar da obrigação de ser invencível. Naquela entrega, descansou.

Quando o dia amanheceu, bem ao seu lado, uma pequena flor brotava. Não era só uma flor. Era uma parte dela que nunca tivera espaço para nascer. A parte que também precisava ser cuidada. A parte que merecia florescer sem exigência.

Ali, entre raízes cansadas e folhas molhadas de silêncio, ela entendeu: não é na força constante que a vida se sustenta, mas no equilíbrio entre sustentar e ser sustentada. Entre oferecer e receber.

E o topo da montanha, antes tão solitário, ganhou uma nova paisagem: uma árvore que já não precisava provar que era forte, porque agora também sabia ser suave.


🧘‍♀ Meditação guiada, a flor que brota quando você descansa

Sente-se ou deite-se em um lugar tranquilo. Feche os olhos. Respire profundamente, três vezes. Solte o ar com suavidade, como quem desfaz pesos invisíveis.

Agora imagine… Você está no alto de uma montanha. Não há barulho. não há pressa. Você é uma árvore ali. firme. presente. Mas cansada.

Sinta as raízes que você lançou para segurar o mundo. Sinta o peso de sustentar, de dar conta, de estar sempre de pé. E agora, com carinho, dê a si mesma a permissão de descansar.

Respire. E visualize essa árvore, você, soltando lentamente as folhas que já não servem. Não como perda, mas como liberação.

Sinta uma brisa tocar seus galhos. E sinta que, bem ali ao seu lado, a terra se abre suavemente, e uma pequena flor começa a nascer.

Essa flor é parte sua. É o seu direito de ser leve. É o seu sim ao cuidado. É a sua lembrança de que a vida também floresce no repouso.

Fique nesse lugar por alguns instantes. Respirando. Recebendo. Sem precisar oferecer nada.

E repita em silêncio:

🕯 “eu posso ser forte, mas também posso me render ao descanso. eu mereço ser cuidado. eu sou suficiente, mesmo quando não sustento tudo.”

Respire mais uma vez. E, quando sentir, abra os olhos. Leve essa flor com você.

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