A Forma Como Você Vive o Prazer Revela Muito Mais Sobre Você do Que Imagina

O prazer é um espelho. Ele reflete, com precisão quase cirúrgica, o modo como você se relaciona com a vida. Não apenas no âmbito da sexualidade, mas na forma como você sente o agora, como responde ao toque da existência, como lida com desafios, vínculos e até com o dinheiro. Jaiya Ma, especialista em consciência erótica, descreve cinco tipos eróticos que, mais do que categorias sexuais, são mapas da alma: a forma como você goza, busca, nega ou sabota o prazer diz muito sobre sua história, suas feridas e, principalmente, sobre seu potencial inexplorado.

Segundo Jaiya Ma, os cinco perfis eróticos — sensual, energético, sexual, kink e shapeshifter — não se limitam ao quarto. O perfil sensual, por exemplo, é aquele que precisa de contexto, conexão emocional e estética para acessar o prazer. Essa mesma pessoa, muitas vezes, tende a ser mais afetiva no trabalho, valorizando ambientes harmoniosos e relações de confiança. Quando desequilibrada, pode ficar paralisada diante de ambientes hostis. Já o perfil energético busca prazer na antecipação e no sutil — e isso se reflete na forma como vive: altamente intuitivo, sente antes de saber, e muitas vezes carrega o dom de perceber além das palavras.

O perfil sexual, direto e objetivo, vai ao ponto. Muitas vezes performa bem em cargos de liderança ou negociações que exigem clareza e presença. Mas, quando desregulado, pode banalizar o prazer, transformando a experiência em tarefa. O perfil kink encontra prazer na transgressão, no fora do comum, no desafio dos tabus. Esse tipo de pessoa, quando consciente, é criadora de novos mundos — um artista da experiência humana. Já o shapeshifter, que integra todos os outros, é profundamente adaptável, mas também corre o risco de se perder nas necessidades dos outros se não estiver enraizado em sua própria essência.

O modo como vivemos o prazer revela como lidamos com a vulnerabilidade. Segundo Carl Jung, o processo de individuação — tornar-se quem realmente se é — exige acolher as partes reprimidas da psique.

Psique é um termo que vem do grego psyche, que significa “alma” ou “sopro de vida”. Na psicologia, a psique representa o conjunto de processos mentais e emocionais de uma pessoa — ou seja, tudo que diz respeito à mente: pensamentos, sentimentos, memórias, desejos, imaginação, traumas, crenças, etc.

Carl Jung entendia a psique como algo que vai além da mente racional. Para ele, a psique inclui o consciente, o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo — uma dimensão profunda onde moram símbolos, arquétipos e padrões que influenciam nossa forma de agir, sentir e nos relacionar.

E poucas áreas revelam tantas repressões quanto a sexual. Por isso, a forma como alguém se permite (ou não) sentir prazer indica até onde ela está disposta a se olhar de verdade. O perfil que você reprime pode ser o portal para a parte de si que você mais teme… e mais precisa acolher.

A neurociência mostra que o prazer genuíno, vivido com presença, ativa regiões do cérebro relacionadas ao aprendizado, à memória afetiva e à motivação. A dopamina liberada em experiências prazerosas saudáveis aumenta a plasticidade cerebral, reforçando padrões positivos de comportamento. Mas o prazer vivido em compulsão, fuga ou anestesia, reforça justamente o contrário: estados de apatia, procrastinação e desequilíbrio emocional. Ou seja, o modo como você acessa o prazer tem poder direto sobre seu rendimento, sua criatividade e sua clareza nas decisões.

Na física quântica, tudo é energia e frequência. O prazer é uma das mais altas frequências vibracionais do ser humano, capaz de alterar padrões emocionais e expandir o campo de possibilidades. Quando reprimimos ou distorcemos nossa relação com o prazer, vivemos em frequências de medo, escassez ou culpa. Mas quando nos abrimos para ele com consciência, criamos ressonância com abundância, vitalidade e expansão. Isso se traduz em mais fluidez nas relações, mais presença nos vínculos e até mais prosperidade financeira.

Pessoas que evitam prazer tendem a evitar riscos, intimidade e criatividade — áreas essenciais para uma vida plena. Não é à toa que indicadores crescentes de depressão, ansiedade e esgotamento estejam associados à desconexão com o corpo e com o prazer. O prazer não é luxo: é bússola. Um estudo da Harvard Business Review revelou que profissionais que têm prazer no que fazem são até 31% mais produtivos e 3 vezes mais criativos. Isso porque estão em fluxo — um estado de presença que só é acessível a quem se permite sentir.

Explorar o próprio perfil erótico vai muito além do campo sexual: é um caminho de autoconhecimento profundo. Saber que você funciona melhor com estímulo visual ou auditivo, com ritmo acelerado ou com toque leve, com previsibilidade ou com surpresa, ajuda não só na intimidade, mas também a entender como você aprende, lidera, ensina, ama e escolhe. O prazer se torna então um código de linguagem do seu ser.

Se cada pessoa explorasse o prazer com mais curiosidade, coragem e consciência, não apenas viveria melhor — ela teria acesso a um nível de potência que transforma. Um prazer vivido sem culpa, medo ou vergonha desperta o corpo, abre o coração, afia o instinto, clareia a mente e alinha a alma. É o caminho mais direto para a verdade interior. Uma verdade que não precisa ser gritada, porque é sentida. Uma potência silenciosa, mas inconfundível.

No fim das contas, a pergunta que fica não é sobre com quem você vive o prazer, mas com qual parte de si você está disposto a vivê-lo. Porque a forma como você sente prazer não é só sobre o que você gosta — é sobre o quanto você se conhece, o quanto você se permite, o quanto você está vivo.

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